guns ain't roses

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quarta-feira, 7 de março de 2012

Sobre sermos velhos



Tudo começou com a minha busca por o que fazer nas férias. E isso acabou na minha velha coleção de Capricho. É, eu tenho uma coleção de Capricho gigantesca. Para falar verdade, ainda assinamos Capricho aqui em casa, não sei muito bem porque. Minha irmã nem gosta mais e ela tem 15 anos que supostamente é o público alvo da revista! Só que pensando bem, minha irmã não é uma adolescente normal. Acho que meninas com irmãs mais velhas crescem mais rápido que as meninas que não tem essa influência. Mas o ponto do meu texto não é esse. É como estamos ficando velhos.

Em 2010, eu quis virar uma das garotas da Galera Capricho (esse texto me envergonha um pouco, mas eu prometi à mim mesma que não vou apagar nada que escrevi um dia), mas naquela época já estava um pouco decepcionada com a revista, no auge dos meus quinze anos.

Eu comecei a ler a Capricho quando tinha uns doze anos por ai e a revista era um pouco diferente do que é hoje. Havia reportagens sobre relacionamento, sexo e garotos, mas elas não eram as únicas reportagens da revista. Havia também boas reportagens sobre comportamento que não eram só sobre bullying (que é um problema que existe, sim, mas que agora está sendo abordado como se fosse o único problema do mundo e justificativa para todos os psicopatas), mas que falavam sobre religião, dúvidas sobre o corpo, estilos musicais diferentes e etc. E ainda tinha as reportagens de capa. O Green Day já foi capa da Capricho, gente! Será que o auge da adolescência de hoje em dia tem algum problema mental? Porque honestamente, que possível interesse as meninas de hoje em dia podem ter em um menino chamado Chris Leão (que tem 17 anos com cara de 12) que pinta o cabelo e o único atrativo que tem é a 'beleza' (ele não faz nenhum um pouco meu tipo). (Ah! Falando nisso, outra reclamação de destruição da minha adolescência: POR QUE A MTV ACEITA FAZER UM PROGRAMA SOBRE COLÍRIOS? O QUE ACONTECEU COM O DISK MTV? BEIJA SAPO? COVERNATION????). Eu até entendo as capas com os artistas da moda (Rebeldes, artistas da Disney, Crepúsculo etc), mas porque essses colírios? Por que repetir tanto? O que custa colocar uns artistas diferenciados?

Pois é, foi assim que tive minha crise de meia adolescência. Não faz muito tempo que tive quinze anos, mas parece que o Universo mudou desde então.


UPDATE!


Decidi enviar o link do post para editora. Ela foi educada e respondeu bem rápido. Dêem um look na resposta e me digam o que acharam!


"Bom, vou confessar uma coisa. É bem normal receber email de meninas que estão mesmo ficando mais velhas e passam a achar a Capricho meio infantil. Sim, vcs crescem rápido e aprendem muito em pouco tempo. Se a revisa envelhecer com vcs, as meninas de 15 vão ficar sem revista. Mas isso vc já sabe.
Eu discordo um pouco sobre o fato das meninas de 12 serem precoces. Mais ainda do fato de que a Capricho é para essas leitoras. Mas a verdade é que ter 15 anos não é igual pra todo mundo - é só vc olhar para as suas amigas.
"

6 comentários:

Ferds disse...

Nunca li a capricho, mas achava legal as meninas da escola lendo no intervalo e fazendo os mil testes.

Era engraçado.

Acho q vc cresceu. A Capricho não é mais sua revista, por mais que vc ache que a capa não é aquilo. Ela reflete no leitor de hoje. Como na sua época refletia em vc.

Podemos ter vergonha do passado?

Olha eu recomendo vc ver: Os Homens Preferem as Loiras e O Pecado Mora ao Lado.

Bjos

Clara Brito disse...

Eu começei com a capricho mais tarde q a maioria, mas eu vicieeei na revista. Eu amava a Capricho e eu também já quis fazer parte da galera capricho (quem nunca?).
Depois de um tempo eu já não gostava tanto assim... E parei de comprar. Hoje quando eu vejo são poucas (beeem poucas) as coisas que realmente me interessam na revista. Eu acho isso tão triste isso =(

Laura disse...

Sim, capricho já foi melhor. Tokio Hotel já foi capa! Não gosto da banda, mas ainda assim, se eu comentar com uma mais novinha hoje, que não chegou a conhecer as edições de 2,3 anos atrás, ela jamais irá acreditar!

Em algum momento a capricho deixou de lado as bandas, as matérias interessantes e passou a falar somente de três temas: famosos da moda (aqueles que não passam de 1 ano sob os holofotes da mídia), bullying (sim, o único problema social de acordo com a revista) e garotos (como conquistar? você está fazendo papel de boba? ele está a fim de você?). Todas as edições agora são iguais. E nenhuma delas é boa.

Mas, é verdade, eu não sei dizer o que mudou antes e mais rápido - as prés-adolescentes e as meninas ou a revista. Pelo que se vê hojen nos corredores das escolas, são meninas de 12 anos "pegando" mais meninos que as de 16; no banheiro são pré-adolescente retocando as camadas e camadas de maquiagem e nas salas, meninas de 11 sofrendo mais por causa de meninos, de "amor" que as de 17.

São pequenas ouvindo pagode, pequenas rebolando até o chão ao som do funk ofensivo de hoje em dia.

Na minha época, green day e tokio hotel eram capa, colírios nem existiam, as meninas de 12 eram crianças e beijar era nojento - só um selinho e olha lá!
É,talvez a capricho só tenha mesmo é acompanhado. Quem sabe os editores também não estão perplexos?

Tenho a impressão que a última infância que existiu foi a da década de 90'.Depois disso, as crianças passaram a nascer e ir direto para a adolescência - e a doce época chamada infância ficou esquecida em algum canto qualquer.

Cris Cavaletti disse...

Nossa, Laura, falou tudo e bonito. Mas creio que é muito triste ver uma revista 'vendendo' um padrão que pode até ser o que as meninas de hoje em dia se tornaram quando deveria ser o papel dela como meio de comunicação famoso entre as garotas dessa idade difundir como é legal ser diferente, como é legal respeitar as diferenças. Ver uma revista que me ajudou a construir um leque do que eu gosto porque tinha sempre reportagens bem diferentes, vender só o que é comercial, pop e moderno é muito triste. As meninas não precisam de mais dicas de como serem as pegadoras, acho. Elas precisam de algum referencial mínimo de Cultura e isso é uma espécie de dever de uma revista tão famosa. Para mim, o que ainda presta são as reportagens sobre make e moda que ainda tem idéias de como mesclar o hi-lo, mas de resto, acabou a diversificação. Poderia comprar todas as revistas que seriam a mesma coisa.

Ferds disse...

Não concordo com ela dizer que as meninas não são precoces.

Mas o que vc achou da resposta ?

Bjos

Cris Cavaletti disse...

Pois é, também não concordei com isso. E também não acho que a revista A Capricho não é pra todas, é só pra menina da modinha mesmo.